Medidas de Gestão Financeira e Reestruturação para empresas atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul

As enchentes no Rio Grande do Sul têm causado sérios prejuízos às empresas. Esta cartilha oferece um conjunto de medidas financeiras detalhadas para ajudar as empresas a gerenciar a crise, assegurar a continuidade dos negócios e fortalecer a resiliência econômica.

É momento de ter total atenção às vidas, mas não podemos esquecer das nossas empresas, sobretudo dos pequenos e médios negócios, que são responsáveis por tantos empregos em nosso país. Essas empresas vêm sobrevivendo ao longo dos últimos anos e agora estão enfrentando uma tripla crise: econômica, financeira e a causada pelas enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul.

Preservar a atividade empresarial, tanto quanto possível, neste momento de crise, é fundamental. Sem as condições de retomada das atividades das empresas nos municípios atingidos, não há garantia de emprego e surgem inúmeros inadimplementos contratuais individuais e coletivos, comerciais e financeiros, acarretando um colapso na sociedade como um todo.

A agilidade na detecção dos impactos e a busca imediata por soluções são essenciais para o sucesso de uma eventual reestruturação. Devemos trabalhar com as inúmeras alternativas administrativas e legais para a superação da crise, visando a manutenção das atividades empresariais.

O objetivo é não só reestruturar o pilar financeiro das empresas, mas reestruturá-las integralmente para se manterem ativas no mercado. Mesmo com o restabelecimento das atividades empresariais, a superação da crise não é necessariamente um processo rápido. Buscar uma saída momentânea para solucionar problemas emergenciais, sem um planejamento de longo prazo, pode não ser o melhor para a maioria das empresas.

É importante evitar medidas afobadas que não tragam os resultados almejados. Manter a calma, mas agir com o devido senso de urgência é fundamental em momentos de crise como o que estamos vivendo.

O que é possível fazer para ter êxito na recuperação de empresas?

Nossa equipe elaborou um roteiro de ações que podem ajudar as empresas a enfrentar a crise e preservar sua saúde financeira diante destes acontecimentos. Alguns pontos tratados abaixo são alternativas que podem ser postas em prática imediatamente. Entretanto, deve-se considerar que alguns desses pontos farão mais sentido para umas empresas do que para outras, a depender da situação em que se encontram.

Em momento de crise, a recuperação de empresas precisa ser rápida e estratégica, atuando em oito frentes principais:

1. Avaliação Financeira Inicial

Avaliação de Danos e Perdas

Primeiramente, um diagnóstico inicial é fundamental para identificar claramente as perdas e os problemas a serem enfrentados. Esse diagnóstico não precisa ser longo nem exaustivo, mas precisa responder a perguntas como:

– A empresa tem recursos suficientes para sobreviver? Por quanto tempo?

– Quais as perspectivas de estabilização de uma eventual crise de liquidez?

– Quais as perspectivas dos credores (bancos e fornecedores) apoiarem o processo de estabilização?

Respondidas essas questões, algumas medidas podem ser adotadas, tais como:

Medidas:

  • Verifique a lista atualizada de municípios em estado de calamidade.
  • Realize uma avaliação completa dos danos físicos às instalações, equipamentos, estoques e documentos.
  • Documente todas as perdas com fotografias e relatórios detalhados.
  • Avalie prioritariamente a saúde econômico-financeira da empresa. Desse modo, pode-se identificar e proceder com a análise de sua receita, dos custos/despesas, do passivo existente, da sua geração de caixa, além de todos os indicadores relevantes.
  • Calcule o impacto financeiro imediato e estimado a curto, médio e longo prazo.
Organizar o Fluxo de Caixa

Realize uma análise detalhada do fluxo de caixa para identificar áreas críticas e ajustar projeções financeiras. Em uma situação de crise de liquidez, é necessário estabelecer a posição atual de caixa e preparar as projeções o mais rápido possível.

Medidas:

  • Faça a separação entre as despesas fixas e variáveis. Nas despesas fixas entram gastos como aluguel e folha de pagamento. Nas despesas variáveis entram gastos com insumos, que variam de acordo com as próprias vendas. Com a projeção de queda nas vendas, os gastos variáveis devem cair proporcionalmente. Já os gastos fixos permanecem na mesma proporção, independente das vendas, e devem receber uma atenção especial.
  • Mapeie todas as entradas e saídas de caixa.
  • Identifique períodos de maior pressão financeira.
  • Reavalie todas as obrigações financeiras e contratos vigentes.

2. Gestão de Liquidez

Proteção de Caixa

Quando as vendas param, a liquidez seca e as contas continuam a chegar. É preciso priorizar pagamentos e, neste momento, conhecer profundamente o negócio e a relação de interdependência da empresa com cada uma de suas contrapartes (clientes, fornecedores, financiadores e colaboradores) é fundamental para que essas difíceis escolhas sejam feitas. Proteger o caixa é fundamental para a sobrevivência imediata da empresa.

Medidas:

  • Implemente medidas de austeridade, cortando despesas não essenciais e adiando investimentos não urgentes.
  • Verifique a possibilidade de adiamento de impostos e contribuições sociais.
  • Aproveite incentivos e isenções fiscais disponíveis para empresas afetadas por desastres naturais.
  • Utilize reservas financeiras disponíveis de forma estratégica para cobrir despesas críticas.
  • Avalie a venda de ativos ou unidades de negócios.
Negociação de Prazos de Pagamento

Se após as análises e ações anteriores, o empreendedor constatar que não terá fluxo suficiente para pagar todas as contas, a recomendação é dialogar com antecedência com fornecedores/credores e buscar um acordo para que a empresa mantenha em dia o cronograma de pagamento. Não é hora de animosidades; é fundamental manter a calma e um bom relacionamento com todos, além, é claro, da manutenção do fornecimento.

Medidas:

  • Renegocie prazos de pagamento com fornecedores, clientes e instituições financeiras para aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa.
  • Procure os proprietários dos imóveis para renegociar os aluguéis.
  • Explore a possibilidade de acordos de pagamento parcelado.
  • Ofereça descontos adicionais para incentivar a liquidação antecipada de faturas por parte dos clientes.
  • A antecipação dos recebíveis das vendas já realizadas com clientes e agentes financeiros pode ser uma boa alternativa para que o empreendedor possa manter as contas em dia. Mas cuidado ao antecipar sem antes fazer uma profunda avaliação das recomendações anteriores.

 

  • Busque alternativas de financiamento via cadeia de valor. Programas como Compror e Vendor podem ser boas alternativas neste momento, com custos financeiros mais atrativos.
Linhas de Crédito e Financiamentos

Neste momento, as linhas de crédito podem ajudar, desde que todas as demais recomendações tenham sido avaliadas e se as projeções de fluxo de caixa indicarem a capacidade de pagamento. Opções como cheque especial devem ser evitadas, salvo nos casos em que exista a real capacidade de pagamento no curto prazo. Para cobrir gastos por períodos maiores, o ideal é buscar opções com taxas menores, carência maior e com a menor garantia possível. Utilize linhas de crédito emergenciais e explore opções de financiamento disponíveis para enfrentar a crise.

Medidas:

  • Negocie prazos mais longos e taxas de juros reduzidas para empréstimos existentes.
  • Avalie a contratação de linhas de crédito específicas para desastres naturais.
  • Aproveite programas de financiamento oferecidos pelo governo e instituições financeiras.
  • Considere outras maneiras não ortodoxas, como refinanciamento de bens, venda de cotas da empresa, entre outras, em vez de simplesmente captar em bancos.
  • Considere a busca por agentes especializados em financiamento de empresas em estresse financeiro e no desenho de novas formas de contratar a tomada direta ou indireta de crédito, por dívida ou por participação acionária.
Gerenciamento de Inventário

Diante das incertezas, é fundamental rever a demanda, adequar os pedidos de compras e os níveis de estoque. Manter um bom giro do estoque neste momento pode ser decisivo para a continuidade do negócio. Reduza o capital imobilizado em inventário para liberar recursos financeiros.

 

Medidas:

  • Realize promoções e vendas rápidas para reduzir estoques.
  • Negocie com fornecedores para ajustar volumes de compra.
  • Utilize o sistema Just-in-Time para minimizar o estoque parado.
  • A venda de estoques obsoletos, a devolução de estoques excedentes e o cancelamento de pedidos ainda não entregues também devem ser avaliados.
  • Estoques de produtos perecíveis devem ter uma atenção maior para evitar prejuízos.

Verifique os benefícios tributários relacionados à baixa de estoques perdidos nas enchentes.

3. Gestão de Custos

Redução de Custos e Gastos com Investimentos

Este é o momento de cancelar ou reduzir as despesas não críticas, como, por exemplo, gastos com manutenções não essenciais. Para um prestador de serviços, pode ser mais interessante baixar o valor do que perder o cliente. O mesmo raciocínio serve para o aluguel. Pensar no conceito da essencialidade pode ajudar no corte de gastos, mas o importante é adequar – mesmo que de forma momentânea – a estrutura do negócio à sua capacidade de geração de receita, caso contrário a empresa gerará passivos que podem ser de difícil saneamento no futuro.

Medidas:

  • Revise todas as despesas operacionais e identifique oportunidades de redução de custos sem comprometer a qualidade dos serviços ou produtos.
  • Elimine gastos não essenciais e adie investimentos não urgentes.
  • Negocie descontos ou condições mais favoráveis com fornecedores.
  • Implemente práticas de economia de recursos.
Gestão de Mão de Obra

Ajuste a força de trabalho conforme a demanda e explore alternativas para evitar demissões. Busque, junto com a equipe, identificar as dificuldades e deixe claro que algumas medidas serão tomadas, que num primeiro momento poderão impactar temporariamente a todos, mas a médio e longo prazo todos serão beneficiados com a manutenção dos empregos, salários e benefícios.

Medidas:

  • Negocie reduções temporárias de jornada de trabalho.
  • Explore programas de suspensão temporária de contratos.
  • Incentive o trabalho remoto para reduzir custos operacionais.
  • Verifique e oriente seus colaboradores sobre as medidas concedidas pelos entes governamentais para pessoas físicas.

4. Planejamento Estratégico de Longo Prazo

Marketing, Comercial, Vendas

Por mais imprevisível que seja o cenário, é importante que se faça um exercício diário de projeção de demanda e simulação do impacto de uma queda significativa nas vendas no fluxo de caixa do negócio. Avalie novas oportunidades de receita, adapte e expanda a oferta de produtos e serviços e seus canais de venda de acordo com a demanda de mercado.

Medidas:

  • Se o seu negócio ainda não está inserido neste contexto, é hora de iniciar. Se já atua nos canais online, é hora de reforçar. Existem diversas opções gratuitas e com baixos investimentos, como sites, redes sociais, aplicativos de mensagens etc.
  • Explore novos mercados e segmentos para diversificar a base de clientes. Considere aumentar suas vendas para outros estados.
  • Desenvolva novas possibilidades de produtos e serviços.
  • O foco precisa estar concentrado em vendas com contribuição positiva para o fluxo de caixa.
Parcerias e Colaborações

É momento de união. As entidades de classe exercem um papel fundamental nestes momentos. Procure estar próximo dos fornecedores, clientes e representantes do seu setor para entender as medidas que estão sendo propostas, debater e propor ideias.

Medidas:

  • Considere parcerias operacionais com outras empresas para compartilhar recursos, reduzir custos e até mesmo restabelecer o negócio.
  • Busque parcerias estratégicas com clientes, fornecedores e outros negócios para fortalecer a resiliência e a capacidade de resposta da empresa.
  • Participe de redes de negócios e associações setoriais para obter mentoria, suporte e informações.
  • Utilize parcerias público-privadas para acessar programas de apoio e financiamento.
Faça um Plano de Ação

Crises são grandes oportunidades de mudança. Grandes organizações e muitos dos produtos que se transformaram no material que compõe a sociedade nasceram de pequenos negócios ou de crises históricas em grandes organizações. É fundamental desenvolver um plano de ação detalhado para a recuperação e crescimento a longo prazo.

Medidas:

  • Identificar todas as necessidades de curto, médio e longo prazo.
  • Definir metas claras e mensuráveis para a recuperação.
  • Estimar os recursos financeiros, humanos e materiais necessários.
  • Estabelecer um cronograma detalhado para a implementação das ações.
  • Considere reavaliar seu modelo de negócio, tecnologias e processos.

5. Gestão das Pessoas

A gestão eficaz das pessoas é crucial para a recuperação e o crescimento sustentável. A segurança e o bem-estar dos funcionários são prioridades. Medidas adequadas garantem o comprometimento e a motivação da equipe.

Medidas:

  • Investir em treinamento para desenvolver habilidades necessárias para a recuperação.
  • Implementar programas de incentivo para aumentar a moral e a produtividade.
  • Manter uma comunicação contínua e aberta com todos os colaboradores.
  • Disponibilizar suporte emocional e psicológico para os funcionários.
  • Manter os funcionários informados sobre as ações da empresa e a situação atual.
  • Se possível, antecipe as férias de alguns colaboradores ou conceda férias coletivas para parte da equipe. Outra opção para empresas que possuem essa previsão é a utilização do banco de horas.

Adotar o home office entre a equipe, além de colaborar para as medidas de prevenção, também pode ajudar a diminuir alguns gastos fixos. A redução das atividades pode ser uma boa oportunidade para – mesmo que online – aproximar-se dos colaboradores, debater ideias e desenvolver estratégias e ações para o pós-crise.

6. Medidas Jurídicas

Utilização de Seguros

Acione apólices de seguro para obter compensações financeiras por danos causados pelas enchentes.

Medidas:

  • Documente todos os danos e perdas com fotografias e relatórios detalhados.
  • Contate a seguradora imediatamente para iniciar o processo de reclamação.
  • Verifique a existência de alguma apólice de seguro embutida em outros contratos, como financiamentos de aquisição, construção, entre outros.

Trabalhe com a assessoria jurídica para garantir que todos os requisitos de reclamação sejam atendidos.

Renegociação de Contratos

Revise e renegocie contratos para refletir as novas condições e realidade.

Medidas:

  • Avalie cláusulas de força maior e outras condições contratuais relevantes.
  • Negocie termos mais favoráveis com parceiros e fornecedores.
  • Caso não seja possível uma negociação consensual, há a possibilidade de ajuizar uma demanda requerendo a revisão contratual. Com apoio de uma assessoria jurídica pode ser possível a modificação de cláusulas contratuais quando da ocorrência de fatos supervenientes, imprevisíveis e extraordinários, como os ocasionados pelas enchentes.
  • Consulte assessoria jurídica para assegurar conformidade e proteção legal.
Recuperação Extrajudicial ou Judicial

É importante esgotar todas as vias de negociações possíveis antes de se recorrer ao judiciário com medidas de proteção a credores. Caso a empresa não encontre alternativas administrativas para a resolução da crise, o ordenamento jurídico brasileiro permite que as empresas, viáveis economicamente, possam recorrer aos institutos da recuperação judicial ou extrajudicial com o escopo de ultrapassar esse momento de dificuldade.

Medidas:

  • Avalie o sistema da Mediação Judicial para a revisão de alguns contratos, de forma que as partes possam estabelecer condições de prazo e descontos para manter a relação comercial. Essa alternativa costuma ser mais rápida e menos custosa quando comparada ao processo de Recuperação Judicial.
  • Uma medida, por vezes inevitável, diante da emergência, é o requerimento de recuperação extrajudicial ou judicial, procedimentos previstos na Lei 11.101/2005, baseados no princípio da preservação da empresa. Com o apoio de uma assessoria especializada, é possível obter um período de suspensão das ações de cobrança, além de renegociar e reduzir a dívida da empresa e obter acesso a financiamentos específicos previstos na lei. O ajuizamento de uma recuperação judicial pode ser benéfico se for precedido de um planejamento eficaz, inclusive junto aos principais credores.

Empresas que se encontram em recuperação judicial podem ser beneficiadas com períodos de suspensão adicionais ou com uma tolerância adicional para o cumprimento das previsões de seus planos já aprovados. É importante consultar sua equipe jurídica.

7. Acompanhar com Atenção as Medidas Governamentais

Busque apoio em redes de negócios e associações setoriais para obter suporte e informações. Algumas medidas de apoio às empresas já foram anunciadas, e outras deverão ser anunciadas em breve.

Medidas:

  • Medidas para evitar protestos e cobranças de dívidas em atraso junto a bancos, financeiras e fornecedores.
  • Medidas para estimular os bancos a renegociarem as linhas de crédito.
  • Novas linhas de crédito para pequenas e médias empresas.
  • Medidas para dar um alívio temporário para alguns tributos e folha de pagamento de funcionários.
  • Medidas judiciais para conciliação e mediação de conflitos entre empresas, fornecedores e trabalhadores.
  • Outras medidas de fomento e incentivo a empresas atingidas.

8. Avaliar Alternativas de Parada ou Saída

Se, após avaliar as recomendações anteriores, o empreendedor entender que o futuro do negócio está comprometido, possíveis opções de saída, fusões ou alianças estratégicas deverão ser consideradas, inclusive a venda de partes do negócio, de unidades ou uma liquidação ordenada. É um momento em que o empreendedor precisa deixar a emoção de lado. Crises empresariais são grandes oportunidades de mudança, mas nas crises também se joga muito dinheiro fora desnecessariamente. Insistir, às vezes, é a pior solução.

Medidas:

  • Considere instrumentos como fusão ou até mesmo a venda do negócio, da marca, da tecnologia e da expertise para outras empresas que atuam no mesmo segmento ou na cadeia de valor.
  • Em um cenário como esse, é fundamental que se faça todo esforço para preservar caixa e, dependendo da situação, o melhor seria assumir a situação como ela é (incerta e grave) e, se possível, “hibernar”. O empresário ou empreendedor quer fazer o negócio rodar de qualquer forma, mas às vezes os custos de abrir parcialmente e, depois, sermos obrigados a “desligar” uma operação, são muito grandes e variam dependendo do negócio, setor, localização, produto, indústria etc. A retomada de uma operação exige muito retrabalho, treinamento, perdas, etc.
  • Outro remédio amargo é o pedido de falência requerido pelo próprio empresário (autofalência).

Conclusão

Gerenciar os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul requer uma abordagem integrada, com foco estratégico nas finanças da empresa. A implementação dessas medidas pode ajudar a mitigar os danos, garantir a continuidade dos negócios e fortalecer a empresa para futuras crises.

É importante lembrar que cada caso é um caso. O empresário, empreendedor, gestor e executivo devem buscar fazer um planejamento sério. Para isso, se possível, devem buscar assessoria especializada em lidar com crises para ajudá-los. Uma análise bem-feita da real situação da empresa e do mercado, seguida por uma simulação de cenários, é um exercício fundamental e recomendado. Assim, economiza-se muito dinheiro e saúde.

Vale reforçar que a agilidade na detecção do estado de crise e a imediata busca por soluções jurídicas são essenciais para o sucesso de eventual reestruturação de dívidas, evitando-se, assim, o estado falimentar da empresa.

Como em qualquer crise, a gestão emocional é extremamente importante. É comum a negação, a falsa ideia de que logo passará, que o governo ajudará ou até o desespero e a apatia. O importante é seguir um plano que ajude a raciocinar de maneira lógica e a agir o mais rápido possível.

Tenha consciência de que numa crise, como numa guerra, não existe possibilidade de sair sem cicatrizes. Portanto, aceite o fato, equilibre-se emocionalmente e siga o passo a passo acima.

Resiliência as empresas brasileiras têm de sobra.

Conteúdo elaborado por:
Túlia Brugali
– VP IBEF RS, MSc, consultora e conselheira CCA/ CCF
Felipe Brutti da Silva – VP IBEF RS, auditor e consultor
Ismael Santos – Mestre em Gestão de Negócios, Especialista em Gestão de Crises e Reestruturação de Empresas

Cláusula de Isenção de Responsabilidade (Disclaimer)
As informações dispostas na presente cartilha têm como objetivo fornecer orientação e suporte estratégico com base na experiência e conhecimento do IBEF e de seus associados. As informações, sugestões e recomendações contidas no material são baseadas nas melhores práticas do setor e na experiência acumulada, mas não garantem resultados específicos. O IBEF e seus associados não se responsabilizam por qualquer decisão tomada pela empresa com base nas informações fornecidas no presente material. A implementação de quaisquer recomendações ou estratégias discutidas é de total responsabilidade da empresa aconselhada, que deve considerar seu contexto único, recursos e limitações ao tomar decisões. O IBEF e seus associados não assumem qualquer responsabilidade por perdas, danos, ou prejuízos decorrentes da implementação ou falha na implementação das recomendações aqui dispostas.